Pesquisa britânica concluiu que o nutriente protege o sistema imunológico contra os danos da luz solar e o torna mais forte para combater o câncer
Ômega-3: Salmão é ótima fonte do nutriente
(Thinkstock)
Segundo pesquisadores da Universidade de Manchester, na Grã Bretanha,
tomar suplementos de ômega-3, nutriente encontrado em alimentos como
peixes, linhaça, castanha e azeite, pode fortalecer o sistema
imunológico de modo a torná-lo mais resistente aos danos da luz solar e,
assim, proteger o corpo contra o câncer de pele. Essas conclusões foram
obtidas a partir de uma pesquisa clínica — ou seja, feita com seres
humanos — que estará presente na edição de março do periódico The American Journal of Clinical Nutrition.
O ômega-3 já foi associado a uma série de benefício à saúde, entre eles
um efeito protetor em relação à memória e a redução do risco de eventos
cardiovasculares. Esse novo estudo, desenvolvido no Centro de
Dermatologia da Universidade de Manchester, é a primeira pesquisa
clínica que identificou o efeito positivo do nutriente em relação ao
câncer de pele.
Participaram do estudo 79 pessoas saudáveis. Parte delas recebeu
diariamente um suplemento de quatro gramas de ômega-3, e o restante
ingeriu doses de placebo. Todos os voluntários foram expostos, todos os
dias, a uma máquina que emitia uma luz equivalente à do sol do meio-dia
na cidade de Manchester. A exposição à luz durava 8, 15 ou 30 minutos,
dependendo do participante.
Sistema de defesa — Os pesquisadores, então, avaliaram
a imunossupressão que ocorria no corpo dos participantes com a
exposição à luz da máquina. Imunossupressão significa a redução da
atividade ou da eficácia do sistema imunológico. Há casos em que essa
imunossupressão é necessária — pacientes com doenças autoimunes, por
exemplo, recebem medicamentos com essa finalidade para tratar tais
condições. No entanto, no caso desse estudo, a imunossupressão nos
indivíduos foi induzida pela luz semelhante à solar — e essa diminuição
da atividade do sistema de defesa pode prejudicar a capacidade de o
corpo lutar contra um câncer de pele.
De acordo com os resultados, as pessoas que ingeriram ômega-3 e
permaneceram na luz por 8 ou 15 minutos, em comparação com o grupo do
placebo, apresentaram uma imunossupressão 50% menor com a exposição à
luz da máquina. Não foi encontrada uma diferença significativa, porém,
entre os indivíduos que ingeriram o nutriente e se expuseram à luz
durante 30 minutos e aqueles que receberam doses de placebo.
Segundo Lesley Rohdes, coordenadora da pesquisa, apesar de esses
resultados serem “animadores”, é importante lembrar que o ômega-3 não
deve substituir o uso de protetor solar e nem a proteção física – como o
uso de chapéu com a exposição ao sol, por exemplo. Rohdes explica que,
embora a proteção do ômega-3 em relação ao câncer de pele pareça
pequena, “o contínuo baixo nível de proteção do nutriente a partir de
suplementos de ômega-3 é capaz de reduzir o risco de câncer de pele ao
longo de toda a vida de um indivíduo”, diz.
[...] Maiquel Fleck
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